Nem todo o discurso sobre a beleza da arte é também um belo discurso. A filosofia sempre teve dificuldade de lidar com o belo artístico, pois ele parece pertencer exclusivamente ao domínio do gosto individual.
Talvez seja essa uma das razões que tenha surgido o termo “estético”, como o nome da disciplina que tenta sistematizar racionalmente a diversidade de experiências da beleza na arte.
A estética seria então uma ciência da sensibilidade, uma ciência de exceção, já que visa algo que pode se mostrar vago e discurso. No qual também a ponta para certo preconceito, crença de que a capacidade de apreciar a beleza se dá a exclusivamente pelos órgãos dos sentidos.
A arte apele mais aos sentidos e aos sentimentos do que a reflexão e a racionalidade. Porém, é uma evidência questionável.
No qual também, há uma participação imprescindível da inteligência na fruição da beleza na obra de arte.
Sem interpretação daquele que vê ou ouve, sem a construção de sentido por aquele que percebe, não há beleza, nem obra de arte. O que envolve o senso (relacionado ao pensamento, significado ou racionalidade) ou o sensível (os sentidos, afetos ou sentimentos).
A obra de arte se mostra principalmente para o olho e o ouvindo, porque é na visão e na audição que a confluência entre o senso e o sensível aparece de forma “radical”.
Com isso, entrega-se a tato a experiência estética e subverte-se a relação passiva entre obra e espectador.
gostei!
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