sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

São os primeiros cantos de um pobre poeta. Desculpai-os. As primeiras vozes do sabiá não têm a douçura dos seus cânticos de amor.
É uma lira, mas sem cordas; uma primavera, mas sem flores; uma coroa de folhas, mas sem viço.
São as páginas despedaçadas de um livro não lido...
E agora que despi a minha musa saudosa dos véus do mistério do meu amor e da minha solidão, agora que ela vai seminua e tímida, por entre vós, derramar em vossas almas os últimos perfumes de seu coração, ó meus amigos, recebei-a no peito e amai-a como o consolo, que foi, de uma alma esperançosa, que depunha fé na poesia e no amor - esses dois raios luminosos do coração de Deus.
ÁLVARES DE AZEVEDO.

Nenhum comentário:

Postar um comentário