Quando eu te fujo e me desvio cauto
Da luz de longo que te cerca, oh!,bela,
Contigo dizes, suspirando amores:
“ – Meu Deus! Que gelo, que fizera aquela!“
Como te enganas! Meu amor é chama
Que se alimenta no voraz segredo,
E se te fujo é que te adoro louco...
És bela – eu moço; tens amor- eu medo! ...
Tenho medo de mim, de ti, de tudo,
Da luz, da sombra, do silêncio ou vozes,
Das folhas secas, do chorar das fontes,
Das horas longas a correr velozes.
O véu da noite me atormenta em dores,
A luz da aurora me intumesce os seios,
E ao vento fresco do cair das tardes
Eu me estremeço de cruéis receios.
(...)
Casimiro De Abreu – “Amor & Medo”.
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